Entrevista a My_Deeps

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A Mags (Catarina), também conhecida por My_Deeps é sem dúvida uma escritora que eu admiro bastante. Ela conquistou bastante gente com os seus originais, o que eu acho raro aqui no Wattpad. Para além de ser uma excelente pessoa. Passem pelo seu perfil e vejam as suas histórias. Sem mais demoras aqui vos deixo a entrevista.

1 - Como descobriste a plataforma Wattpad?

A história de como descobri o Wattpad não é muito clara, pois nem eu me lembro exatamente como foi. Sei apenas que foi há cerca de 2/3 anos, quando andava à procura de informação sobre a publicação de livros, e dei de caras com o site laranjinha.

2 - Onde arranjas inspiração para as tuas histórias?

Eu sou uma pessoa com uma imaginação muito fértil e, como tal, não tenho muita dificuldade. Posso apenas ver uma imagem no Tumblr, ou pode ser algo mais descritivo, como, por exemplo, uma música. Contudo, não tenho bem a certeza. Normalmente, as coisas para as quais estou a olhar, no momento em que as ideias me vêm à cabeça, não têm muito a ver com o enredo que imagino. Acho que posso dizer que a minha inspiração vem do quotidiano, daquilo que aprendo ao observar as pessoas.

3 - Como reagiste quando te apercebeste de todo o sucesso que estavas a ter no Wattpad? Nomeadamente com a tua história "Nerd Por Sinal"?

Fiquei muito feliz, sem dúvida, ainda hoje fico. Parece demasiado irreal para ser verdade, já que raras são as histórias portuguesas de ficção adolescente (que não sejam fanfictions) a atingirem tantas leituras, votos e comentários. É estrondoso e eu fico mais entusiasmada de dia para dia. Em Junho/Julho de 2014, atingi as 10 mil leituras e fiquei tão mas tão feliz! Porém, algum tempo depois, estava a chegar às 100 mil, o que é um autêntico sonho! Nunca achei que a "Nerd Por Sinal" merecesse tanto sucesso, para ser sincera, todavia, á medida que ia desenvolvendo a história, acho que consegui chegar a pontos mais profundos que um simples romance adolescente. Anda hoje não acho que mais de 800 mil leituras seja normal, mas encontro-me a editar/reescrever a narrativa para que fique merecedora destes números!

4 - O que achas que te diferencia das restantes escritoras?

Talvez o realismo com que abordo os temas e a forma como desenvolvo o enredo, de modo a que fique realista. Eu não sou adepta das vulgaridades e, na minha opinião, é possível pegar num tema já muito falado e contá-lo à nossa maneira. Acho que foi isso que aconteceu com a "Nerd Por Sinal" e que, agora, está a acontecer com a "Outro Tipo de Amnésia" (apesar de os temas desta não serem tão vulgarmente falados por aqui). Inclino-me a dizer que o facto de ser perfeccionista com a minha escrita pode também ter algum impacto nisso, apesar de, no início, a "Nerd Por Sinal" não ser o melhor exemplo de tal.

5 - Como relacionas a tua vida com a escrita?

Relacionar a minha vida com a escrita é um desafio diário e tendo sempre a descambar quando há uma mudança nos meus horários (quando as férias acabam ou começam, por exemplo). Já não atualizo a "Outro Tipo de Amnésia" há mais tempo do que aquele que gosto de admitir e isso faz-me sentir desiludida comigo própria, porém, esforçar-me-ei ao máximo para conseguir retaliar os updates frequentes. Acho que a melhor forma de interligar este hobby com a minha vida é definir horários, prazos e, sem dúvida, saber gerir as coisas. Ainda me encontro a trabalhar nisto!

6 - Gostavas de fazer deste "hobbie" a tua vida?

Sim e não. Eu quero ser escritora profissional, quero publicar vários livros, de vários géneros. Porém, sei que não me posso limitar a isso se quero ter um bom estilo de vida. Quero que a escrita continue comigo e que não deixe de me fazer feliz como, nesse momento, faz. Mas quero também tirar o meu curso e investir numa profissão que me garanta estabilidade.

7 - De todas as histórias que já tens publicadas qual foi aquela que te deu mais "prazer" escrever e porque?

Esta é uma pergunta difícil, para a qual eu não tenho resposta. Tenho duas histórias publicadas e ambas trazem duas partes diferentes de mim à tona. A "Nerd Por Sinal" marca o primeiro livro que alguma vez escrevi e ajudou-me a ultrapassar muitas coisas, à medida que a escrevia. A Alice (a personagem principal) foi uma grande amiga, como que um subconsciente. No entanto, a "Outro Tipo de Amnésia", que é de ficção geral, deixa-me entrar num campo diferente da escrita. Ando a abordar desde doenças neurológicas a crime e, no meio disso tudo, cresço, tanto como escritora como como pessoa. Ambas me deixam orgulhosa.

8 - Algum amigo/familiar teu sabe que escreves? Se sim, de que maneira é que eles te apoiam.

Sim, tanto a minha família como os meus amigos sabem que escrevo, embora não o leiam. Mal contei à minha mãe esta minha paixão pela escrita e lhe mostrei alguns textos, ela ficou entusiasmadas e rapidamente as conversas com a família sobre mim passaram a ser sobre isso - é constrangedor. Quanto aos meus amigos, foram descobrindo com o tempo. Eu não o escondo, especialmente nas aulas de Português, onde adoro escrever textos narrativos. Mas todos me apoiam. Apenas alguns dos meus amigos já viram o meu perfil do Wattpad (cerca de 3 ou 4), mas apenas o meu primo - que faz parte dos meus "amigos", já que somos do mesmo ano e turma - leu a "Nerd Por Sinal". Dão-me felicidade incondicional, mesmo que não saibam se os trabalhos são, efetivamente, bons ou maus. Apoiam-me como se tivesse escrito a melhor coisa do mundo e ficam felizes por mim.

9 - No futuro, pretendes continuar a publicar histórias no Wattpad?

Eu gostava, realmente gostava, contudo, vou começar o secundário para o ano e, aí, as médias já vão contar. Preciso de me esforçar muito (já que pretendo entrar em medicina) e não sei se haverá tempo para andar preocupada com os updates frequentes. É algo que apenas o futuro dirá.

10 - Descreve-te numa palavra e explica-a.

Isto é tão difícil! Mas talvez a palavra variável seja a correta. Eu tenho muitas facetas e tendo tanto a ser muito alegre como muito fria, depende. Tenho tendência a irritar-me muito e a explodir mas também consigo estar nas calmas. Sou, em suma, muito variável. Normalmente não dou muita confiança a desconhecidos e posso até ser um pouco antipática, mesmo que não seja de propósito, contudo, com os mais próximos, pareço uma maluquinha, tão depressa a refilar como a rir à gargalhada.

11 - Qual foi a razão que te levou a escolher esta música para a entrevista?

Adoro a música, simplesmente! "Last Hope", dos Paramore, tem uma letra muito particular, que fala da réstia de esperança dentro de nós que, através do nosso esforço, pode crescer e fazer-nos continuar em frente. É significativa, bonita, cantada por uma incrível voz e tocada por um ótimo instrumental!

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