Aquela que mudou minha vida

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CAPÍTULO 1

Pretinha havia sumido naquela madrugada. A hora exata, não sei. Mas quando acordei sem seu miado agudo no meu ouvido ou as patas no meu rosto, entrei em desespero. Era uma manhã de Sexta-feira 13 e todo cuidado com ela era pouco. Saltei da cama, coloquei uma camiseta e a procurei pela casa toda.

– Pretinhaaaaaa, cadê você, garota! – Gritei, alternando com o barulho que faço com a boca para chamá-la.

Nada dela, nem um miadinho sequer. Continuei chamando, até balancei a sua comida. Esse era um truque que fazia sempre que eu queria pegá-la. Essa pretinha era manhosa, mas muito difícil de pegar sem que ela quisesse. Gatos têm dessas, sabe? Mas são muito sensitivos e, quando estamos mal, ficam por perto e ronronando. Ronronado que alivia qualquer mágoa. Como passei nas duas últimas semanas, depois de romper meu namoro de quatro anos com a Amanda. Eu estava realmente devastado. Por mais que ainda sinta saudades dela, sabia que não podíamos mais ficar juntos. E era a Pretinha, com seu jeitinho manso, que aliviava todas as mágoas. Parece milagroso. E é.

Fui até o quintal, mesmo sabendo que ela não saia sem a minha supervisão. Eu não deixava que ela saísse para a rua. Pretinha era quase um membro da família, já que era apenas eu e minha irmã mais nova. Nós cuidávamos dela sempre com muito cuidado e amor.

Enquanto procurava, escutei um miadinho angustiado lá no portão de casa.

E, sem perder tempo, corri e abri o portão.

– PRETINHA!!! – Exclamei com uma voz forte e ao mesmo tempo preocupada, um tom semelhante ao da minha mãe quando ficava brava.

Ela entrou correndo, parando logo atrás de mim. Parecia assustada. Abaixei e peguei-a no colo. Apertei com carinho. Ia me virar quando vi olhos verdes iguais aos da Pretinha me encarando.

Era a garota mais bonita que vi na minha vida.

– Oi! – Foi a única coisa que consegui dizer. Sua beleza me deixou sem palavras. Como que alguém poderia ser tão bonita às seis horas da manhã?

Minha Sexta 13, que teria tudo para ser ruim, se tornou a mais incrível de todas. Graças à Pretinha, uma gata preta, que é julgada por sua cor por dar azar. Mal sabem essas pessoas a sorte que esses peludinhos podem trazer.

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Seis meses se passaram desde que conheci a Fe, a garota que a pretinha trouxera para a porta da minha casa. E seis meses desde que começamos um relacionamento. Naquele dia, em mais uma Sexta-Feira 13, resolvi entregar nossa primeira aliança. Afinal, sextas-feiras nos trazem sorte e não é sempre que podemos comemorar numa Sexta-Feira 13, não é mesmo?

Decidi que a levaria para jantar. Esperava que ela não suspeitasse dos meus reais planos. Eu havia dito que um amigo estava abrindo um restaurante e queria que fôssemos na inauguração. Ela acreditara, já que eu estava no último ano de gastronomia e tinha muitos amigos chefs.

A verdade era que eu conseguira uma reserva em um dos maiores restaurantes de São Paulo – um dos mais caros também, mas isso não vem ao caso. Um amigo da faculdade trabalhava como auxiliar de cozinha no restaurante do Terraço Itália e conseguira uma vaga nesse lugar maravilhoso para o tão esperado dia. O restaurante, além de ter um menu divino, vinha acompanhadoda melhor vista de São Paulo. O lugar era de uma beleza surpreendente, digna de uma bela mulher. Minha futura namorada, agora oficialmente.

Fernanda era professora de artes em uma escola de ensino infantil, por isso estava saindo logo cedo naquela manhã. Era uma garota maravilhosa, amada pelos alunos e pelos colegas de trabalho. Não tinha muitos amigos, mas tinha um melhor amigo, que me ajudara a escolher a aliança para o dia tão especial.

Levantei da cama às 5h30, me troquei e encontrei a Fe na casa dela. Todos os dias, nesses últimos meses, eu a tenho acompanhado até o ponto de ônibus, para que não ficasse sozinha e se sentisse mais segura. Eu o fazia desde que nos conhecemos e foi assim que a conquistara, ou pelo menos era o que ela me dizia.

Como se fosse um dia normal, beijei-a quando saiu pelo portão, segurei-a pela mão e caminhamos até seu destino. Ela continuava a mulher mais linda que eu já vira em toda a minha vida. Não era magra, tinha um corpo mais gordinho que o normal, mas fazia o meu tipo, muito mais na verdade. Tinha olhos verdes e um cabelo curto e ondulado na altura do queixo, com mexas coloridas pelas pontas. Pelas cores que ela escolhera – azul, rosa e roxo – parecia uma galáxia. Eu sempre me perdia naquelas cores.O que posso dizer?, sou um romântico incompreendido. Ela era bem baixa, algo que eu amava, assim podia sempre abraçá-la e protegê-la.

– Flá, você sabe que não precisa acordar cedo e vir aqu... – Beijei-a antes que ela continuasse.

– Fernanda, xiiiu! Todos os dias você fala isso e sempre te interrompo da mesma forma. – Passei a mão por seu rosto. – Estou desconfiado que você só faz isso para que eu te beije.

Ela riu e apoiou a cabeça no meu peito.

– Acho que fui descoberta – Ela ergueu o rosto e pude ver que estava corada. – Meu ônibus chegou.

Ela ficou na ponta dos pés e me deu mais um beijo antes de entrar no ônibus.

Voltei para a minha casa e fui recebido pela Pretinha. Notei um certo olhar malicioso em seus olhos. Eu podia jurar que ela sabia o que eu iria aprontar naquela noite. Deitei na cama e ela pulou logo em seguida, deitando-se ao meu lado, enquanto eu pegava a caixinha que estava na minha cabeceira. Abri-a com cuidado e vi as duas alianças. Tanto a da Fernanda quanto a minha tinha um desenho de um gatinho preto, ou melhor uma gatinha. Na dela, pedi que colocassem um brilhante verde, igual aos seus olhos, como forma de mostrar a mulher incrível que ela era.

Aquela Sexta-Feira 13 seria a melhor de todas.

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Oie meus amores e amoras! Como estão?

Bom, sou nova em publicar livro aqui e estou receosa. Então quero saber o que vocês acharam dessa gatinha preta e tudo mais.

Se gostou deixa um comentário, seu voto e, podem me ajudem a divulgar? O próximo capítulo sai na próxima sexta, vou tentar publicar sempre às sextas. <3

Espero que gostem, pois esses três tem muitas coisas boas para contar.

Beijos =****

E muito obrigada por terem lido até aqui, até a próxima sexta.

Revisão feita pela Naila Barboni, contato  naila.barboni@gmail.com.

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A sorte da sexta 13Where stories live. Discover now