VII - Renascença

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Sentado a mesa, com os Moustres que comiam e discutiam sobre a fuga de Kripto da ilha de Endlesfyn, Nathan ainda tentava aceitar que era filho do general mais poderoso e misterioso dentre os vinte e quatro generais.

- Desculpe, Moustre Rouma, mas poderia me explicar sobre o meu pai novamente?

- Ora, mas de novo? – resmungou Tabbys. – Por que você simplesmente não come e esquece isso, ao menos por enquanto?

- Tudo bem, Tabbys... – respondeu Rouma limpando a boca com o guardanapo. – Creio que se já está sendo difícil engolir essa história, quanto mais a comida, não é, meu jovem? – ele sorriu e Nathan também. – Resumindo nos pontos mais cruciais, seu pai Jyon Albertch Sidrake é o general do Vigésimo Quarto Batalhão, composto somente pela elite dos Septos. Quase nunca é visto e só é convocado para dar um ponto final a qualquer que seja o assunto. A doze anos atrás eu o vi pela última vez, foi quando me contou que havia desafiado o general antecessor a ele e que seria pai de um menino, seu olhos brilhavam de orgulho quando falou de você.

- Acha que ele pode ter sido quem me fez chegar aqui? – instigou Nathan.

Sua mãe com certeza não sabia daquele fato, ou assim ele acreditava, mas agora tudo fazia sentido, o que lhe fez se questionar se não teria sido seu próprio pai quem entregou a ficha de inscrição a Ferdinand I'Fidden.

- Talvez. Quem sabe, não é? – Rouma deu de ombros. – O Vigésimo Quarto Batalhão tem a característica de ser o mais furtivo. Dizem que eles estão em todos os lugares, mesmo nunca sendo vistos. Se falam isto dos Septos que o compõe, imagine então o nível do general, ele é como o vento.

- Mas eu não entendo, não sou de nenhum modo especial, por que me traria para cá?

- Meu jovem, pense bem, deve ter acontecido algum evento na sua vida que nunca pôde explicar... Algo que tenha feito mesmo sem querer.

Nathan baixou sua visão a mesa, com um prato bem recheado a sua frente, e viajou em suas lembranças buscando algo inexplicável, mas de nada se lembrava.

- Ainda não consigo acreditar que um fugitivo chegou a Barsest... – disse Anallyz.

- É realmente preocupante, Endlesfyn é o lugar mais bem fortificado que conheço.

- Já esteve lá, Madhayra? – perguntou Heyg, com a boca cheia.

- Sim, estive lá uma vez, cerca de nove anos atrás se não me engano. – ele fitou os olhos no nada e deitou as mãos com os talheres sobre a mesa. – É uma ilha pequena, fria e rochosa situada ao norte do Mar Ágrio. Não é possível chegar a ela de barco, impossível ainda é nadar naquelas águas geladas do norte e mesmo que consiga, pode não vencer as criaturas marinhas. Por ser muito longe da costa terrestre, é necessário usar uma enorme quantidade de energia prima para invocar o braken e atravessar os cinco picos que levam a ilha, por isso em cada pico há dois sentinelas, um para ir e outro para voltar. Na ilha, as muralhas de Endlesfyn são três vezes maiores que a do Instituto, há vigias fazendo a guarda sem parar andando sobre a mesma e por dentro e fora dela. A porta é trancada por nove fechaduras e cada chave é guardada por um guardião.

- E como é por dentro? – questionou Heyg, limpando seu rosto.

- Fui somente até a sala do Guardião Máximo, estava lá para resolver assuntos do Conselho dos Doze, então não tive oportunidade de olhar as prisões, só o que sei é que ficam no subsolo. O lugar mais frio e úmido. Mais que suficiente para enfraquecer a energia prima, além do fato da comida ser somente o suficiente para não matar os prisioneiros.

Alma de DragãoWhere stories live. Discover now