Capítulo III -Ganesha

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 — Olá! Fizeram boa viagem?

Todos levaram um grande susto. Em frente a eles jazia uma criatura nunca antes vista por nenhum deles. Era um humanoide, barrigudo, usando apenas uma calça num tom berrante de amarelo. A criatura tinha quatro braços e um rosto pra lá de peculiar, pois as orelhas eram enormes e voltadas para frente, embora o que mais chamasse a atenção fosse a tromba de elefante em lugar do nariz.

Se essas características não fossem suficientes para chocar a todos, ele ainda se equilibrava com destreza sobre um rato. Como ninguém se pronunciou, ele prosseguiu:

— Desculpem os meus modos. Sou Ganesha e os trouxe aqui para me ajudar.

— Você nos trouxe aqui? — Diana parecia irritada.

— Bom. Vocês se reuniram em um altar à minha homenagem e comungaram energias direcionadas a mim. Vamos dividir essa culpa meio a meio — ele sorria.

— E onde exatamente é aqui? — Renan questionou.

— Aqui é o limbo — Ganesha desmontou do rato e sentou-se em posição de lótus.

— Queremos voltar para casa — Scarlet suplicou.

— Vocês irão. Seus corpos estão seguros lá no seu mundinho.

— Mas nós temos trabalhos. Eu tenho aula segunda-feira e não posso ficar aqui — Renan interviu.

— Vocês vão me deixar falar ou não? Humanos são tão arrogantes!

— Vai lá — sugeriu Dante.

— Obrigado! Como eu ia dizendo, sou Ganesha e trouxe vocês aqui, ou a essência vital de vocês porque preciso que me ajudem a salvar o universo.

— Como é que é? — Bella arregalou os olhos.

— Não me interrompa, querida. Podem ficar tranquilos, pois o corpinho humano de vocês ficou lá na terra com a terapeuta e o tempo aqui se passa de forma diferente. Vocês estarão de volta assim que cumprirem a missão.

Ganesha apalpou as calças como se procurasse por um bolso, mas acabou por fazer aparecer um pergaminho no ar como num passe de mágica.

— Isso, é claro, se sobreviverem.

— Como assim? Diana ergueu uma sobrancelha.

— Ah, não vamos nos apegar a minúcias. Vocês provavelmente querem saber qual é a missão e porque estão diferentes, não é mesmo?

Dessa vez ninguém disse nada. Ganesha pareceu decepcionado, mesmo a pergunta sendo retórica.

— Bom, a atual aparência de vocês é um resultado de seus sonhos e ambições mais profundas. Chacra básico, terra, essas coisas. E o lado bom é que você tem... como posso dizer... certos poderes.

— Só nos diga que vamos voltar ao normal quando isso terminar — Implorou Renan.

— Você não foi a uma sessão terapêutica porque queria continuar igual, Renan. Você foi porque desejava transcender, ser uma pessoa melhor. E é isso que vai conseguir ao final dessa jornada.

— E não vamos nos lembrar de nada? Diana parecia desapontada.

— É... Vocês vão voltar a suas vidinhas monoteístas sem graça, achando que foram feitos à imagem do criador, essas coisas.

— Assim que salvarmos o universo? — Iberê também foi retórico.

— Isso mesmo. Sentem-se aqui ao meu lado que vou explicar tudo direitinho. Já ouviram falar de Shiva, meu pai?


Este é o terceiro capítulo de Regidos por Ganesha. Espero que estejam curiosos com a continuação.

Lembrem-se de comentar tudo o que acharem pertinente, assim faço uma história melhor para vocês.

Regidos Por Ganesha (em reformulação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora