— Olá! Fizeram boa viagem?
Todos levaram um grande susto. Em frente a eles jazia uma criatura nunca antes vista por nenhum deles. Era um humanoide, barrigudo, usando apenas uma calça num tom berrante de amarelo. A criatura tinha quatro braços e um rosto pra lá de peculiar, pois as orelhas eram enormes e voltadas para frente, embora o que mais chamasse a atenção fosse a tromba de elefante em lugar do nariz.
Se essas características não fossem suficientes para chocar a todos, ele ainda se equilibrava com destreza sobre um rato. Como ninguém se pronunciou, ele prosseguiu:
— Desculpem os meus modos. Sou Ganesha e os trouxe aqui para me ajudar.
— Você nos trouxe aqui? — Diana parecia irritada.
— Bom. Vocês se reuniram em um altar à minha homenagem e comungaram energias direcionadas a mim. Vamos dividir essa culpa meio a meio — ele sorria.
— E onde exatamente é aqui? — Renan questionou.
— Aqui é o limbo — Ganesha desmontou do rato e sentou-se em posição de lótus.
— Queremos voltar para casa — Scarlet suplicou.
— Vocês irão. Seus corpos estão seguros lá no seu mundinho.
— Mas nós temos trabalhos. Eu tenho aula segunda-feira e não posso ficar aqui — Renan interviu.
— Vocês vão me deixar falar ou não? Humanos são tão arrogantes!
— Vai lá — sugeriu Dante.
— Obrigado! Como eu ia dizendo, sou Ganesha e trouxe vocês aqui, ou a essência vital de vocês porque preciso que me ajudem a salvar o universo.
— Como é que é? — Bella arregalou os olhos.
— Não me interrompa, querida. Podem ficar tranquilos, pois o corpinho humano de vocês ficou lá na terra com a terapeuta e o tempo aqui se passa de forma diferente. Vocês estarão de volta assim que cumprirem a missão.
Ganesha apalpou as calças como se procurasse por um bolso, mas acabou por fazer aparecer um pergaminho no ar como num passe de mágica.
— Isso, é claro, se sobreviverem.
— Como assim? Diana ergueu uma sobrancelha.
— Ah, não vamos nos apegar a minúcias. Vocês provavelmente querem saber qual é a missão e porque estão diferentes, não é mesmo?
Dessa vez ninguém disse nada. Ganesha pareceu decepcionado, mesmo a pergunta sendo retórica.
— Bom, a atual aparência de vocês é um resultado de seus sonhos e ambições mais profundas. Chacra básico, terra, essas coisas. E o lado bom é que você tem... como posso dizer... certos poderes.
— Só nos diga que vamos voltar ao normal quando isso terminar — Implorou Renan.
— Você não foi a uma sessão terapêutica porque queria continuar igual, Renan. Você foi porque desejava transcender, ser uma pessoa melhor. E é isso que vai conseguir ao final dessa jornada.
— E não vamos nos lembrar de nada? Diana parecia desapontada.
— É... Vocês vão voltar a suas vidinhas monoteístas sem graça, achando que foram feitos à imagem do criador, essas coisas.
— Assim que salvarmos o universo? — Iberê também foi retórico.
— Isso mesmo. Sentem-se aqui ao meu lado que vou explicar tudo direitinho. Já ouviram falar de Shiva, meu pai?
Este é o terceiro capítulo de Regidos por Ganesha. Espero que estejam curiosos com a continuação.
Lembrem-se de comentar tudo o que acharem pertinente, assim faço uma história melhor para vocês.
ESTÁ A LER
Regidos Por Ganesha (em reformulação)
FantasyUma seção de terapia em grupo, uma quantidade absurda de energia canalizada pelos chacras , um estranho novo mundo onde, em seus avatares, eles precisam entender por que foram parar lá e como sair. Uma aventura mística, que mistura RPG, mitologia in...